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Cuiabá Arsenal ao som de ‘Break Stuff’ de Limp Bizkit



Cada atleta tem uma maneira de se preparar para entrar em campo com o espírito aguerrido


Um dos últimos reforços convocados para compor o elenco do Cuiabá Arsenal foi Thiago Boger Prado, um engenheiro civil de 25 anos, cuiabano, com 1.83 de altura, 100 quilos e ex-jogador de 2009 a 2014. Um linebacker que chegou poucos dias antes da partida de abertura da Superliga Nacional de Futebol Americano, em 09.07, contra o Corinthians Steamrollers, na Arena Pantanal, em CBA. Recém chegou, treinou e já encarou o rolo compressor paulista numa vitória de 26 a 7.


Thiago Prado, apelidado de “Bonito” por ser um bom menino e ter a aparência bem-apessoada, casado faz dois anos e pai de Ana Carolina, um nenê de um ano de idade, campeão com o Cuiabá Arsenal no Pantanal Bowl III e nos brasileiros de 2010 e 2012, vai cumprir com todo o calendário de jogos da temporada 2016 e, quiçá, mais alguns posteriores. Segundo ele, o “Game Day”, o dia do jogo contra o Corinthians começou normal, mas depois ficou um pouco atípico.


“A rotina foi um pouco fora do habitual naquele sábado. Primeiro tomei um breakfast com pão, ovo e café com leite. Depois tive pós-graduação, coffee break com sanduíche natural e almocei com a família. Um bom macarrão com carne. Até aqui normal. E só pude começar a pensar no jogo após o meio dia. Participei do almoço do time e fiquei no vestiário. Lá nos concentramos para o confronto. Após almoçar só tomei sucos e comi frutas até o kickoff às 18h”, conta Thiago.


Para os atletas mais competitivos, treinar a mente é tão importante quanto formar o próprio corpo. O treino mental é a chave para reduzir o estresse, controlar as emoções e desenvolver mecanismos de enfrentamento que manterão uma atitude positiva em partidas apertadas. A mente é como um espelho que segura imagens, ideias, pensamentos e palavras usadas para descrever a si mesmos. A autoimagem de um jogador dá forma a como ele funciona e age durante o embate. Aqui, durante a concentração no vestiário, que entra a banda Limp Bizkit.


“É um desses dias. Se sentindo como um trem de carga. O primeiro que reclamar fica com uma mancha de sangue. Merda, sim, sou um maníaco. É melhor você se cuidar. Porque vou foder sua vida. O melhor que você pode fazer é ficar longe filho da puta. É apenas um daqueles dias. Meu conselho é manter a distância. Porque agora sou perigoso. Vou te arregaçar”, dizem trechos da música Break Stuff de Limp Bizkit, usada por Thiago para alcançar o espírito do jogo, da batalha.


Nesse momento o garoto bem-apanhado, bom filho, bom pai, bom marido, estudioso e apegado à família dá lugar, ao concentrar ao som de Break Stuff, a um jogador agressivo, duro, capaz de suportar altos níveis de estresse físico e mental e determinado a por o grupo rival no chão. Cada atleta do Cuiabá Arsenal faz uso de algum tipo de estratégia de concentração individual, além da coletiva, para construir uma autoimagem funcional e efetiva nas horas de exaustivo conflito.


Para o presidente da Associação Atlética Cuiabá Arsenal (AACA), Paulo Cesar Machado, o esforço de concentração, que para aquele combate foi em torno de seis horas, faz toda a diferença e é um dos segredos de um início de campanha vitorioso. Segundo ele, o foco é completar o ano festivo de dez anos de time com o terceiro título de campeão brasileiro de futebol americano.


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